se macero
rubras
as palavras na
boca
feito pétalas
excêntricas
à sede dos
sentidos
brotam
essências
e escorrem
gotas lentas
no
canto
inferior
dos
lábios
pequenos
acentos
circunflexos
atônitas as
palavras
brindam
fragrâncias
e se esgueiram
escondem-se
graves
nos desvãos
do texto sem
nexo
que
semanticamente escrevo
com minha
língua acre
dialetal
e tinta
e o que leio é
seu doce
veneno
vertendo
seiva
entre meus
espinhos
supurados de
mel
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